O estudo e sistematização da validade ou invalidade de argumentações, inferências, raciocínios, é a função da lógica, seu campo. As razões que levam a esta validade ou invalidade de argumentações, o “coração” da filosofia.
Para entender melhor o que isto significa, devemos definir o que se entende por argumento. Em suma, o argumento é o conjunto de preposições utilizadas para justificar, provar, dar suporte ou razão a algo. Já estas preposições classificam-se em duas vertentes. Podem ser conclusões, quando se tratam das preposições a serem justificadas; ou premissas, quando pretendem apoiar a conclusão ou a justificam.
Porém, é válido destacar que nem todo o conjunto de preposições é classificado como argumento, mesmo que em tese o argumento é formado por um conjunto de preposições. Quando estas preposições não se relacionam, sendo apenas uma seqüência desconexa de afirmações, elas não constituem um argumento.
Outro aspecto importante a respeito dos argumentos a ser destacado é que eles podem possuir uma mono ou pluralidade de premissas, porém apenas uma conclusão, e esta nem sempre está claramente identificada.
Para facilitar a identificação de premissas e conclusões, existem os indicadores, que são articuladores do discurso, podendo ser uma palavra ou expressão que introduzem os termos citados no início desta frase. Porém, nem sempre estes indicadores estão presentes.
Passando para o estudo e análise de outros termos, falaremos agora sobre as proposições e frases. A unidade gramatical mínima de sentido é uma frase, podendo ser de vários tipos como, por exemplo: declarativas, interrogativas, imperativas e exclamativas. Porém, frases declarativas que afirmam algo que possui valor de verdade exprimem uma proposição. Não necessariamente estas frases precisam ser verdadeiras, elas também podem ser falsas, ou nem podermos saber ao certo se são verdadeiras ou falsas, basta saber que ela deverá ser uma das duas classificações.
Diferentes frases podem expressar uma mesma proposição, que é uma entidade abstrata, o pensamento exprimido literalmente por uma frase declarativa.
Em alguns casos pode ocorrer o oposto, onde uma frase acaba por exprimir mais que uma pro posição, neste caso ela é classificada como ambígua. Em um discurso direto, claro e objetivo devemos evitar estas expressões ambíguas, ou vagas (frases que não sabemos com exatidão o que significam, algumas vezes por não possuirmos um parâmetro comparativo para que se defina uma clara objetivação da totalidade do raciocínio).
Uma propriedade das proposições é a verdade, enquanto a validade é uma propriedade dos argumentos, não devemos confundir estas classificações. Ou seja, enquanto classificamos argumentos como válidos ou inválidos, classificamos proposições como verdadeiras ou falsas. Quando, mais do que as premissas e conclusão de um argumento são verdadeiras, mas quando a veracidade das premissas impossibilita a falsidade da conclusão, este argumento é válido. Porém, a validade do argumento depende de uma relação, conexão lógica entre suas premissas e a conclusão, e não dos valores de verdade das proposições constituintes deste argumento.
Uma vez que argumentos válidos podem estar associados a uma conclusão falsa, eles não são suficientes para embasar a filosofia, que pretende chegar sempre à conclusões verdadeiras. Para isso, mais do que válido, o argumento deverá, também, ser sólido. Em suma, deverá ser válido e com premissas verdadeiras.
Ao fim, para que se tenha ainda mais força e certeza na conclusão, além de válido e sólido, o argumento deverá ser bom (ou forte), por ser também persuasivo (do ponto de vista racional), ou seja, a conclusão não deve se limitar a repetir a premissa e também será forte quando as premissas são menos discutíveis do que a conclusão (as premissas não serem mais plausíveis do que a conclusão).
Estas que foram mencionadas neste texto são as noções mais elementares de lógica, grandes auxiliadores no estudo, análise e formulação das argumentações.